27.7.11

Carta achada em meio as páginas de um livro encontrado num apartamento bagunçado. Páginas manchadas de sangue, e encontradas em cima do peito de um corpo suicida, com os pulsos cortados e um meio sorriso.


Ando bem nostálgico. Larguei o emprego a poucos dias. Penso em viajar, recomeçar tudo sem você. Talvez consiga, ser denovo, enfim feliz. Me distanciei das pessoas, ando bastante solitário. Não faço barba, sempre mancho a camisa de café. Voltei a fumar também. As vezes bebo, nesses domingos monótonos, deito no chão e me sufoco de tédio, nostalgias, saudades e porres. Não sei se consigo continuar. Tá bem díficil. A propósito, eu morri ontem. Por dentro. Apodreci, congelei, sequei de vez. Como de costume, fui aquele lugar que tomávamos café. Quer dizer, onde eu comprava o café pra te levar na cama e te acordar aos beijos. Passei em frente a uma loja de televisivos também, por incrível que pareça, nosso filme estava passando em todas as telas. Ignorei, doía. Passei a frente da livraria, e vi aquele seu livro. O favorito, até. Aquele que você tentava me convencer a ler quando nos conhecemos e ficava me contando a história. Comprei ele. Não sei, talvez me fizesse mais próximo de você mesmo depois de tudo que aconteceu. Vi casais apaixonados, e sentia inveja. Lembrava de como éramos. Vi crianças e lembrei dos nomes que tentávamos escolher antes de dormir. Via idosos e lembrava dos nossos para sempres…Do tempo que ficaríamos juntos. Tudo me lembrava você. Passei em frente aquela praça também, cujo banco fica no topo e dá pra ver toda a cidade. Aquela que você sempre me pedia meia hora que já ia chegar e demorava algumas horas se arrumando pra tentar me surpreender. Mal sabia que ficava linda de qualquer forma pra mim. O dia queria me dizer alguma coisa. Tinha perdido a noção de tempo, desde que aquilo aconteceu. Não estou dentro de mim, alias. Cheguei, e olhei o calendário. Dia 27 de julho. Naquele dia, completavam-se cinco anos após sua morte. Ontem, alias. Eu…Encarei o calendário e não quis acreditar. Pela primeira vez, cai em mim que tinha te perdido. Mesmo nos amando. Não gosto dessa ideia. Faziam cinco anos, e eu ainda te amava. Você ainda era tudo pra mim. Eu disse que seria pra sempre, não é? Pois então. Te encontro em meia hora? (reservados)
Carta achada em meio as páginas de um livro encontrado num apartamento bagunçado. Páginas manchadas de sangue, e encontradas em cima do peito de um corpo suicida, com os pulsos cortados e um meio sorriso.
Ando bem nostálgico. Larguei o emprego a poucos dias. Penso em viajar, recomeçar tudo sem você. Talvez consiga, ser denovo, enfim feliz. Me distanciei das pessoas, ando bastante solitário. Não faço barba, sempre mancho a camisa de café. Voltei a fumar também. As vezes bebo, nesses domingos monótonos, deito no chão e me sufoco de tédio, nostalgias, saudades e porres. Não sei se consigo continuar. Tá bem díficil. A propósito, eu morri ontem. Por dentro. Apodreci, congelei, sequei de vez. Como de costume, fui aquele lugar que tomávamos café. Quer dizer, onde eu comprava o café pra te levar na cama e te acordar aos beijos. Passei em frente a uma loja de televisivos também, por incrível que pareça, nosso filme estava passando em todas as telas. Ignorei, doía. Passei a frente da livraria, e vi aquele seu livro. O favorito, até. Aquele que você tentava me convencer a ler quando nos conhecemos e ficava me contando a história. Comprei ele. Não sei, talvez me fizesse mais próximo de você mesmo depois de tudo que aconteceu. Vi casais apaixonados, e sentia inveja. Lembrava de como éramos. Vi crianças e lembrei dos nomes que tentávamos escolher antes de dormir. Via idosos e lembrava dos nossos para sempres…Do tempo que ficaríamos juntos. Tudo me lembrava você. Passei em frente aquela praça também, cujo banco fica no topo e dá pra ver toda a cidade. Aquela que você sempre me pedia meia hora que já ia chegar e demorava algumas horas se arrumando pra tentar me surpreender. Mal sabia que ficava linda de qualquer forma pra mim. O dia queria me dizer alguma coisa. Tinha perdido a noção de tempo, desde que aquilo aconteceu. Não estou dentro de mim, alias. Cheguei, e olhei o calendário. Dia 27 de julho. Naquele dia, completavam-se cinco anos após sua morte. Ontem, alias. Eu…Encarei o calendário e não quis acreditar. Pela primeira vez, cai em mim que tinha te perdido. Mesmo nos amando. Não gosto dessa ideia. Faziam cinco anos, e eu ainda te amava. Você ainda era tudo pra mim. Eu disse que seria pra sempre, não é? Pois então. Te encontro em meia hora?                                                                                                                          (Tumblr reservados

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